Possibilidades

Há uns 25 ou 26 anos atrás, lembro que li na escola um livrinho que contava a história de uma família que comprou uma TV especial. O aparelho exibia normalmente o conteúdo dos canais, mas era especial porque, nos intervalos comerciais, a família notou que podia interagir com o conteúdo. Eles podiam obter (sem precisar comprar, pelo que me lembre) os produtos apresentados nos comerciais, ou seja, podiam pegar diretamente da tela para sua sala.

Era uma época de imaginar como seria o futuro, das possibilidades que pareciam estar muito distantes. Época que acabei assistindo ao filme “Poltergeist” (num mesmo esquema interativo com a TV, só que de uma forma macabra) e tempos em que também vivia assistindo aos “Jetsons”.

O tempo passou e, hoje, tudo aquilo que imaginávamos ficou banal, se não ultrapassado. Está certo que ainda dirigimos sobre o chão, e que não conseguimos pegar uma pizza quentinha direto da tela da TV num comercial da Pizza Hut, mas o segredo foi o progresso feito em interatividade através de dispositivos tradicionais.

E eu fico feliz em ver que dispositivos novos surgem, são pensados, desenvolvidos, produzidos e chegam em nossas mãos, mas fico mais contente ainda em ver que não precisamos abandonar ao todo aqueles tradicionais que sempre tivemos em casa.

Creio que estamos vivendo uma época em que praticamente tudo o que pensamos é possível de ser materializado. Sim, com maior ou menor custo, maior ou menor tempo de materializá-lo, mas possível. O que esperar na publicidade do futuro? E os meios e os veículos de comunicação? O que nos aguarda em relação às possibilidades? Ou melhor, nosso psicológico chegará a um nível tão elevado de notar mudanças que ele mesmo se auto-anulará e ficará insensitivo? Não sei, mas se o impossível está ficando para trás, continuaremos alimentando essa nossa fome de concretizar sonhos e possibilidades, e da ficção virar uma realidade comum a todos.

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