Archive for January 2012

Já passou da hora de mudar

Quando você era criança pode ter achado muito interessante aquele brinquedo que ficava na seção das crianças do sexo oposto. Se você for mulher, vai dizer que quando criança nunca pensou em pelo menos olhar a caixa daquele carrinho cheio de botões coloridos ou que você podia comandar com um controle remoto? Se você for homem, será que quando você era um menino nunca teve curiosidade de entender aquele fogãozinho que deixava sair bolhas na água da panelinha… E sem fogo? Sem contar aquelas bonecas que mudavam de cor de acordo com a temperatura da água.

As meninas vestem rosa e os meninos, azul. Menina com camiseta do Ben10? Tão estranho quanto o garotinho com a blusa da Moranguinho (ou do Limãozinho).
Por que as meninas não podem gostar de Transformers e ganhar as miniaturas de aniversário? Por que os meninos não podem ganhar o kit cozinha?
E se os brinquedos fossem separados por nível de barulho, faixa etária, número de peças…?

Os tempos mudaram, o comportamento dos homens e das mulheres também, incluindo as exigências sobre cada um. Ambos os sexos precisam ser praticamente “politudo”, precisam ter bravura, coragem e sensibilidade, saber cozinhar, escolher as roupas certas, trocar o pneu, entender de carro, ganhar seu próprio dinheiro, pagar as contas… Mas, ironicamente, mantemos e vemos tantos estereótipos e tradições ainda tão visíveis e caindo fortemente desde cedo, desde criança. Então onde está este gap quando ainda nos deparamos com sites e lojas separando os brinquedos para meninas e para meninos. Ou então, vamos tentar entender qual será a idade em que cada criança terá que se deparar com a verdade que a aguarda.

Nossa geração agora é a responsável por continuar ou acabar de vez com esse estereótipo. Nossos filhos, sobrinhos e alunos estão aí questionando mais do que qualquer outra geração questionou, pensando até em tabus. E então, o que você vai explicar?

Não culpe o consumo, ele é apenas consequência do que você está moldando na cabeça das crianças ou do que você pensa, que é reflexo do que você espera da sociedade a curto e longo prazo.

Neste filme abaixo, a garotinha pelo menos questionou todo o assunto aos 5 anos de idade.