Archive for February 2012

A crônica do “quiver”

Manhã de Carnaval é o domingo que se anuncia. Não viajei, não comemoro e não acompanho os desfiles das escolas de samba. Apenas fico feliz de ter alguns dias para descansar.

O que fazer exatamente na manhã de Carnaval?
Muitas coisas, uma delas é arrumar suas bagunças… nem que seja só aquelas superficiais… aquelas que ficam expostas para qualquer pessoa.

Tem um ítem ou acessório que comprei recentemente na arqueiria (pois bem, poucas pessoas devem saber que sou um dos seres malucos que acordam sábado de manhã e vão para a aula atirar com arco e flecha), o acessório tem um nome legalzinho em inglês “quiver”, e tem um nome feio em português, “aljava”. Este acessório nada mais é algo que fica suspenso pela cintura, e onde você carrega as flechas.

Aí você traz o quiver para casa e só se dá conta mais tarde de uma coisa “onde vou guardar esse negócio até o próximo dia de treino”?
Ele não combina com nada, nenhum lugar nos seus armários tem um lugar simpático para ele. Até suas bolsas olham torto para o novo ser a habitar o lugar. Os kimonos e faixas do karatê, que um dia já passaram um pouco pela mesma situação, parecem chorar de rir do formato e função tão “diferenciados” do quiver.

Sinto que em qualquer armário em que guarde o quiver, ele sofrerá bullying de outros objetos.

Nas prateleiras de sapatos, até a bota de cano longo de mil invernos passados olha para o acessório e parece grita “WTF?!?”.

Até o momento, o local de descanso temporário do quiver é a área plana sobre a impressora. Nem preciso dizer que nada combina com nada nesta cena.

Onde eu deixo este quiver?

Pedrinho, o que você está compartilhando aí?

Crianças na internet e redes sociais na Internet. Dois elementos delicados para discutirmos separadamente ou conjuntamente.

Diferentemente do que ocorre no dia a dia das empresas que estão cada vez mais se interessando em tentar atingir o maior público possível ou então não estar ausente de forma alguma nas redes sociais, com as famílias com crianças ocorre o oposto, há uma preocupação dos pais e responsáveis em saber como seus filhos em idade infantil estão se comportando na Internet, e principalmente, nas redes sociais.

Você talvez já deva estar pensando de forma negativa, lembrando-se apenas de redes muito populares como Orkut e Facebook, que até possuem regras restritas em relação à faixa etária para cadastro (claramente ignoradas por milhares de internautas mirins). Mas o mundo das redes sociais é muito mais que isso. Hoje temos várias redes sociais criadas através de sites educativos e próprios para o desenvolvimento, aprendizado e interação de pais e crianças. Obviamente, elas geralmente são internas aos sites e portais, e um pouco menos divulgadas. Mas ainda uma forma saudável de desenvolver este contato entre as crianças e o aprendizado compartilhado.

Mas elas também querem ter um breve momento de lazer nas redes sociais, e de preferência, onde alguns de seus amiguinhos também estejam. O drama ainda não é esse, mas a preocupação surge quando chegamos em “o que seus filhos estão inserindo como conteúdo nestas redes sociais?”. São piadinhas, quadrinhos, animações infantis, fotos do cachorrinho, pequenas discussões sobre joguinhos? O que você permite que ela compartilhe ou deixe exposto?

O segredo está em manter o diálogo e regras muito bem definidas com seus filhos em relação ao que eles podem colocar ou não nas redes sociais na Internet. Se você não quer que a família fique exposta de uma ou de outra forma, alerte-a sobre isso. Mantenha a criança consciente de que deixar dados importantes expostos (endereço, telefone, etc) não é uma possibilidade. Até mesmo aquele comentário simples, mas que pode ser explorado de forma perigosa, por exemplo “Tio Manoel, sentiremos saudades suas por muito tempo. Boa sorte com seu novo trabalho na Austrália. Peninha q sua casa ficará vazia por tanto tempo”.

Na minha opinião, o mal não veio com as redes sociais, nem com jornais, celulares, etc, e como vocês já sabem, o fator humano sempre será o responsável. E enquanto as coisas não ficam perfeitas, passe mais tempo com seus filhos, incluindo nas redes sociais, se possível.

Marina Mizioka

Este texto foi publicado no Jornal da Tarde (13/02/2012 – pág. 2), sob o título “Cuidado com as redes sociais”