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O que 105 anos puderam me ensinar

tempoAntes do final da semana passada, enquanto me arrumava para ir ao trabalho, recebi uma mensagem via whatsapp do meu pai. Era ele me avisando que minha avó tinha acabado de falecer.

Uma pessoa que nasceu em 1915 e deu seu último respiro em 2020, que teoricamente viu 2 guerras mundiais, que viveu o início de grandes momentos, que viu muitas coisas doidas acontecendo com as pessoas e com os países… certamente teria um repertório absurdo caso se lembrasse de tudo, caso a memória não falhasse ao longo de suas últimas décadas.

E todas histórias que conheço e todos momentos que já vivi não devem chegar a um milésimo do que ela viu, presenciou e viveu. É como se tudo o que conheço e fiquei sabendo fosse praticamente irrelevante perto daquele universo de conhecimento.

E o mais interessante nisso tudo é que ela podia ser considerada uma mulher livre, mesmo tendo casado, criado seus filhos, vivido com seus netos e conhecido seus bisnetos, eu a considerava meio independente pois ela ia para sua ginástica matinal com as amigas, cantava no clube de idosos japoneses (na verdade, ela era campeã de karaokê e acumulava troféus e medalhas… que não cabiam mais em suas estantes da sala), também já tinha sido tesoureira deste mesmo grupo. E as viagens? Viajou muuuuito! E uma das viagens foi para o Japão, de onde tinha saído há muito tempo atrás… foi rever sua família –> me parece que quando ela tinha uns 15 anos, ela foi “emprestada” para um casal de amigos da família que queria vir ao Brasil. Visto que o ponto final da Segunda Guerra, no Japão, foram as bombas atômicas anos depois, não posso dizer se pode ter sido melhor ela ter vindo ou não.

De qualquer forma, esta mulher viveu e viveu bem.
Eu não cheguei a perguntar a ela se havia algum arrependimento por parte dela em sua vida… até porque não sei se ela entenderia tal pergunta. Sinceramente, acho que ela não se arrependeu de nada.

Acredito que toda esta vida dela tenha sido uma lição que ficou. Nós temos nossas responsabilidades, nossas batalhas e lutas diárias que temos o dever de cumprí-las, de ir lá e fazer acontecer, independente de estarmos bem ou mal. No entanto, também precisamos nos lembrar de aproveitar a vida, de trazer alegria ao nosso dia a dia, de sermos meio “Moana” (meio exploradora) se esta for a vontade. Aproveite a vida enquanto está vivo, escutando, andando, se lembrando das coisas… até mesmo 105 anos podem passar muito depressa.

5 lições de Fleabag para sua vida

fleabag

“Fleabag”, a série de 2 temporadas da Amazon traz alguns pontos que você deveria aplicar em sua vida:

  1. Esqueça os padrões: a protagonista vive a vida dela sem se preocupar em se adequar aos padrões da sociedade e de sua família. Certamente gastamos muito tempo e nos preocupamos à toa com isso.
  2. Siga seus instintos: Fleabag não vai sair na rua pelada do nada, mas se ela quer chegar em alguém e conversar, ela o faz. Se ela quer jogar uma para cima do padre, ela o faz. Se ela quer devolver uma à altura para o cara do banco, ela o faz também. Não digo que é para sair matando as pessoas que você odeia. O que quero dizer é que você pode colocar sua cabeça para pensar por alguns segundos sobre o porquê de você não gostar de alguma pessoa e então tentar resolver a parada numa conversa, caso a pessoa seja de alguma utilidade ainda.
  3. Foque no trabalho e esqueça os comentários alheios: A protagonista tem um café, que no começo não entrava uma alma, e depois parece ter conseguido vários clientes… porém nada disso importava para a família, que sempre a via como uma profissional falida ou nada importante. Você trabalha em algum lugar ou tem seu próprio negócio? Foque, trabalhe, estude e reflita para o mesmo, os comentários que os outros possam fazer sobre ele, e que você sente que não são lá tão felizes ou encorajadores, arraste-os para a lixeira da sua mente. Você sempre encontrará pessoas assim no caminho, independente do que você faça.
  4. Afaste-se de relacionamentos amorosos com pessoas problemáticas: Cada um que ela pegou, meu deus. Ok, era uma série, uma ficção, mas nada impossível na nossa vida real. Esta é meio difícil pois primeiro você precisa ver se você não é o problemático do negócio. Problemático não é ter um defeitinho ou outro, é realmente ser uma pessoa que possa causar prejuízo ou danos para você com o tempo. É que às vezes a gente entra num relacionamento e pensa “ah, ok, é um dos defeitos desta pessoa, eu também tenho uns, mas como gosto muito desta pessoa, as coisas boas até se sobressaem”. Só que quando notamos que o ser está nos levando para o buraco, seja mental, físico ou financeiro, aí tem que caminhar para o fim.
  5. Irmãos… teremos que conviver com eles: Fleabag tem uma irmã paranóica, insegura, ditadora e que quer dar pitacos na vida dos outros. Quem não tem irmão ou irmã assim é porque você é o próprio. Irmão é irmão. A gente se gosta, se respeita, mas com este tipinho explicado aqui, a convivência é foda… muito foda. Eu mesma tenho uma irmã que é bem parecida. No entanto, somos irmãs, e como já disse, a gente se gosta, nos preocupamos uma com a outra e nos respeitamos… até que a morte leve uma ou outra… ou ambas. Família é família.

Aponte seu dedo pra lá

“Que coisa mais chata esse pessoal que só tira fotos de comida”, “o Instagram deles só tem fotos dos pratos que eles vão comer”…
Aahahah, pare de seguir ou simplesmente ignore.

Eu não entendo essas pessoas que vivem reclamando de amigos ou conhecidos que costumam tirar fotos dos pratos que estão prontos a serem devorados ou então de pratos que mereceram a atenção do consumidor por algum motivo. Eu tenho certeza que estas pessoas que tiram e publicam tais fotos não ficam fazendo isso toda hora a ponto de irritar os outros, nem mesmo Jamie Oliver faz isso toda hora, basta checar seu Instagram, e olha que ele vive disso, hein! O mesmo para a conta do Alex Atala, você já viu?

Vamos jogar um exemplo para a vida off-line? Você não aguenta mais aquela sua amiga ou colega que só fala do sobrinho, ou do cachorro do marido (leia e entenda como quiser), ou simplesmente, do trabalho. É chato escutar isso tooooda hora que você conversa com essa pessoa? Depende, se você passa um certo tempo do dia ou tem uma boa frequência de encontro com esta pessoa, realmente, isso enche. Mas aí entra seu livre arbítrio com o poder de se afastar desta pessoa gradativamente, ou então você pode começar a interagir com ela perguntando “você gosta tanto do seu sobrinho, já cogitou de também ter um filho? Por que não? Ter um tempo antes? Aaaah, então você não gosta de criança…”. Entendeu? Você pode dar uma de louca para a pessoa sair um pouco daquele campo autista.

Existe a grande chance de você ser considerada chata e a “do contra” por essas pessoas se você for com essas abordagens, mas obviamente você vai pensar em algo melhor na hora.

Voltando à vida on-line, que praticidade maior é aquela função de não receber mais as atualizações de algumas pessoas no seu Facebook? E você continua amiga delas. No Twitter, no Instagram, no YouTube, é só parar de seguir, de acompanhar, sempre há outras centenas que preencherão seu lugar.

E vocês aí falando de etiqueta nas redes sociais, mas atirando pedras em pessoas com hábitos tão “problemáticos” como os seus. Tsc, tsc.