Situação observada: O profissional, com uns meses de empresa, começa a se sentir incomodado com uma ou duas coisas, engole e deixa passar. Depois vê mais uma ou outra coisa, e comenta com um colega mais próximo. Vê mais uma coisa que o incomoda, decide conversar com seu gestor direto (que fará uma análise, se colocará no lugar para analisar novamente, observa se há equívocos de compreensão por alguma das partes, verificará a prioridade e dará um feedback). Se o feedback do gestor não resolveu seu incômodo até um certo limite de tempo ou imediatamente, este profissional atingirá seu nível máximo de frustração. Dificilmente, e dependendo das ocorrências, este profissional vai parar e analisar todo o panorama enxergando mais de longe, tentando desenhar uma solução ou saída do problema. As emoções estariam à flor da pele, e ele poderia começar a se sentir vitimizado, incompreendido e injustiçado.

Entre toda esta explosão de emoções negativas e a tentativa de encontrar uma solução, há um gap bem delicado chamado externalização por meio da comunicação verbal, que hoje em dia é absurdamente fácil de atingir um grande número de pessoas rapidamente com a mensagem ou reação, e na mesma moeda e rapidez, receber o reflexo de um erro cometido. Então se aquele profissional, em um período extenso de fúria e rancor, usa suas emoções durante aquele gap de tempo para externalizar seus pensamentos passivo agressivos (que eu chamo de “indiretas”) de forma contínua e para todos, o seu “erro” cresce exponencialmente. Lá no futuro, caso tenha já percebido o seu erro do passado, vai ficar de cócoras no chão, fechando os olhos e chorando de arrependimento ou vergonha por pelo menos 5 horas toda vez que se lembrar do feito. E por que realmente foi considerado um “erro” o que o profissional fez? Pois a partir daquele momento, a partir do início do gap, as pessoas ao redor começam a perceber que o profissional acumula e cultiva o rancor e seu sentimento de “vítima”, e que perde energia constantemente não só enxergando apenas aquelas “pedras”, mas também as vendo em todos os lugares, enquanto que ele mesmo poderia reverter a situação e usá-la em proveito próprio.

Se lhe derem limões, faça uma limonada.
O importante é aprender ainda nesta vida. Aprender não é abaixar a cabeça para algo ou alguém e seguir o que foi mandado incondicionalmente, mas se afastar, entender um lado, entender o outro e ver como tudo pode ser solucionado, de forma pacífica, de forma inteligente.