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Decisões rápidas nas emergências

Estou no meio do livro “Uma terra prometida”, do Obama, já publicado há algum tempo.

Que um presidente sempre estará ocupado, isso já sabemos. E receber “buchas” grandes quando ele acha que vai conseguir dormir um pouco vira algo comum.

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Na imagem, mostro o trecho em que o Obama partia cansado, no Air Force One, depois de uma semana cheia de visitas e reuniões tensas pela Europa. Achando que ia conseguir dormir, é informado por assessores de que o navio cargueiro, que tinha no comando um norte-americano, o Capitão Phillips (Sim, aquele que até foi interpretado por Tom Hanks no filme), havia sido sequestrado por piratas da Somália.

Os colaboradores de uma empresa podem não perceber que o(a) CEO ou presidente, além das tarefas e responsabilidades já previstas, também precisa tomar decisões rápidas sobre situações urgentes que podem surgir repentinamente. E, se ele(a) não tiver calma e frieza para pensar nestas horas, a empresa só tende a entrar num declínio até sua falência, como já aconteceu com algumas que você já deve ter ouvido falar.

As caixas geracionais não nos definem

Eu nunca fui muito a favor destas separações por gerações (Baby boomers, X, Y, Z, Alpha). Eu acredito que cada pessoa é um produto da união da criação em casa, das conversas nos grupos de amigos, dos estímulos sensoriais e culturais do ambiente em que vive, da condição financeira familiar, de possíveis traumas e doenças ao longo da vida, mas principalmente, da conclusão que ela tira sobre todos estes fatores unidos e o que ela vai fazer com isso.

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Você, que está classificando e rotulando essas pessoas em gerações diversas, está levando em conta apenas aquelas que mais se aproximam do que hoje está sendo considerado como os “normais” ou a “média”. Compare o possível dia a dia e a forma de pensar de 5 garotas, em seus 20 e poucos anos: uma vive no Afeganistão sob o regime do Talibã, outra vive em plena miséria no Congo, uma terceira é indígena no meio da floresta amazônica, a quarta é brasileira/ paulistana da classe média, e a quinta é uma alemã cadeirante da classe média alta. Elas são iguais? Não. Elas têm valores diferentes? Possivelmente sim… ou não. Elas mostrariam lealdade e proatividade se trabalhassem em um escritório próximo ao lugar onde vivem? Não dá para saber. Haveria alguma chance delas pedirem afastamento por burnout após meses de trabalho em uma empresa? Também não dá para saber. Todas já sofreram algum tipo de abuso psicológico em ambiente familiar? Não é possível garantir. Elas têm o mesmo sonho ou ambição? Não é possível saber.

Cada pessoa é única.

Imagine 3 homens que trabalham em uma mesma empresa e no mesmo departamento. Um está na casa dos vinte anos; outro tem trinta e poucos; e o outro, no início dos seus 40 anos.

Qual deles parece ter a maior chance de abaixar a cabeça e engolir tudo a seco? Qual deles possivelmente apresenta nível máximo de arrogância e de falsa segurança? E qual deles pede as contas por burnout?

Já presenciei tal cenário em uma das minhas experiências profissionais e o resultado foi bem diferente do que acredito que você ou outras pessoas tenham tentado adivinhar.

Também não é pela idade que podemos categorizar o modo de pensar das pessoas, porque, novamente, cada pessoa é única.

Eu entendo que devido à tamanha diversidade nas características individuais das pessoas no mundo, fica inviável estudar, analisar padrões e progredir no desenvolvimento das ciências e em suas aplicações, como no comércio, no Marketing, na Medicina, na Arquitetura, entre outros, porém eu digo que é problemática a classificação pela idade às diferentes características e formas de pensar de cada indivíduo.

Silêncio do pet na video call

Já passou por situações em home office de participar de uma videocall e o gato (espécie felina, não o seu cônjuge bípede) começa a miar alto ou pula e  se deita no mouse ou no teclado? Já tentou usar a IA para conseguir deixar o inquilino de quatro patas afastado e em silêncio nesses momentos?

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Então, se você nunca teve ou nunca fez questão de observar o comportamento de um gato, ele é como blockchain (é independente, imprevisível e consegue caber em qualquer espaço). Daí é muito, muito, muito comum você (durante a call) ter que colocar um outro fundo de tela, silenciar o microfone em alguns momentos etc.

Você pode usar a IA para criar som de aspirador de pó (minutos antes de começar a call e desliga assim que começar). O gato estará fora de seu alcance e quieto por um tempo… mesmo depois de sua call acabar. É cruel, mas funciona.

Algo que não é cruel mas não tão eficiente, pois leva um tempo para ter efeito, é pedir para a IA gerar sons suaves (chuva ou ronron de gato).

Gostaria muito de gravar diversos miados do gato nos momentos que antecedem videocalls e usar a IA para ver se detecta um padrão… só que daí teria que gravar os miados em outras situações para ver o que se passa e talvez entender o que ele quer. A internet está cheia de mídias que trazem miados de gatos por minutos, mas os títulos só dizem “Toque este som e o gato virá correndo”, “Sons para encontrar onde o gato está escondido”… não tem nada assertivo.

Não acho que demora muito para termos a IA trabalhando nisso.

#HomeOffice #InteligênciaArtificial #Produtividade #PetsNoTrabalho

Dados por causas

É muito comum lidarmos com milhões de dados todos os dias, focando diretamente em métricas de conversão, ROI, CAC, entre outros. No entanto, acredito que os dados e suas análises vão muito além disso: eles podem contar histórias e até gerar impacto.

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Recentemente, mergulhei em uma análise de dados públicos sobre violência doméstica no Brasil (tema do meu projeto de MBA). Não vou entrar na discussão sobre esse crime ser conceituado apenas para vítimas mulheres ou na constatação de que os números registrados provavelmente não refletem a realidade. Tem sido interessante observar os números das causas (variáveis independentes), fazer cruzamentos entre indicadores e denúncias, pois sei que é daí que surgem insights valiosos. É possível se surpreender com pensamentos como: “Nem fazia ideia de que o fator X poderia ser o maior causador” ou “Seria possível reduzir o fator Y se o governo oferecesse isenção ou maior taxação de impostos no mercado Z?”.

A análise de causas e a geração de insights vão muito além de um dashboard, da normalização de dados ou da preocupação com retornos e custos.

O primeiro pocket money

Eu tinha 8 anos de idade e falei para o meu pai que eu queria trabalhar e ganhar dinheiro. Ele me disse que para trabalhar, eu precisava de alguém que me contratasse. Eu logo respondi que queria trabalhar de vendedora na papelaria do bairro.

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Naquela época, as papelarias de bairro eram mundos mágicos para mim. Papéis coloridos, canetas coloridas, potinhos de glitter, estojos da Hello Kitty, réguas com água e lantejoulas em formato de estrelinhas dentro. Era impossível ser infeliz dentro de uma papelaria.

Meu pai me disse que eu precisava saber se havia trabalho para mim nesta papelaria, meio que duvidando de qualquer ação minha. Então, na tarde do dia seguinte, fui à papelaria. Cheguei para a mulher do balcão e perguntei se tinha trabalho para mim. Ela deu um sorriso e falou que lá estava sobrando gente. Olhei para a menina que estava no caixa (que parecia ser pouca coisa mais velha que eu) e perguntei se nem pessoa do caixa eles precisavam. Ela também disse que não precisava.

Quando meu pai retornou do trabalho, à noite, eu disse para ele que tinha ido pedir emprego na papelaria. Ele ficou muito surpreso. Realmente ele não esperava que eu fizesse isso e me perguntou o que aconteceu depois. Eu falei que eles não precisavam de mais gente. Ele então disse “É difícil arranjar emprego, né?”.

Na tarde do dia seguinte, fui a uma outra papelaria do bairro. Fiz a mesma pergunta para a mulher que estava no balcão e ela fez a mesma coisa: sorriu e disse que não estava precisando de empregados.

Meu pai retornou do trabalho e eu relatei o ocorrido. E então ele me disse “Que difícil arranjar emprego, não?”.

Naquela época, eu gostava de assistir àquelas séries japonesas de heróis (Não era Cavaleiros do Zodíaco… era bem antes disso) que passava no canal da Manchete. Então passei a desenhar os heróis nas folhas sulfite que tinha em casa. Não era desenho de palitinho, mas também não era grande coisa. No final, fazia um rolinho com cada folha desenhada e passava um durex para não abrir.

Eu cheguei perto da minha mãe e falei “Mãe, estou vendendo desenhos. Qual você quer comprar?”. Ela ainda estava naquele momento de tratar as filhas como criancinhas, então ela disse que eu desenhava bem e que compraria um. Eu não me lembro que preço eu havia estabelecido, mas lembro que era em cruzeiros ou cruzados.

No dia seguinte, levei os desenhos para a escola. Expliquei para meus amigos o que eu estava vendendo. Eles acharam muito legal cada desenho, mas ninguém comprou até porque não levavam dinheiro para a escola. No máximo, levavam dinheiro para comprar lanche na cantina. Ofereci para amigos de outras salas, mas recebia um “vou ver com a minha mãe”.

À noite, ofereci meus desenhos para meu pai. Ele disse que não ia comprar porque não estava precisando de desenhos. Ele me perguntou por que eu estava vendendo os desenhos. Eu respondi que queria ter meu dinheiro.

Bom, foi neste momento que a era das mesadas começou lá em casa. Dinheiro em troca de serviços/ tarefas de casa (lavar a louça, tirar o lixo, lavar os quintais, lavar o carro, regar as plantas, estender as roupas para secar, passar aspirador, colocar os pratos na mesa – estas tarefas já eram realizadas, mas tornaram-se oficialmente “serviços pagos” ou “serviços compulsórios e pagos”). — Devia ser horrível viver em um país naquele momento de inflação anual de 500 ou 600%, mas horrível mesmo foi ter uma mesada fixa sem reajuste nesta época :-O

Lógico, o dinheiro que estava investido no banco não era para ser mexido, mas era bom ter aquele outro dinheirinho vindo para suas mãos depois do “trabalho” realizado.

A história e experiência de cada pessoa com o primeiro desejo em obter seu próprio dinheirinho de bolso (nosso pocket money) varia muito, mas são histórias que atraem muito pela pureza da coisa e pelo desconhecimento de obstáculos.

Discernimento X Piloto automático

Estamos em uma era, em um momento, em que os dados estão passando como enxurrada entre nós, e ainda mais com a Inteligência Artificial (muito mais precisa) presente em todas as ferramentas e recursos que usamos. E você quer porque quer absorver o maior número possível de dados. Na verdade, seu desejo era ter todos estes dados possíveis e impossíveis, até porque QUEM TEM TODOS OS DADOS, TEM TUDO. No entanto, é possível que a regra seja outra: TEM TUDO QUEM TEM O PODER DE DISCERNIMENTO sobre esta enxurrada de dados, e nesta velocidade alucinada.

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Acho que em algum momento da sua vida, alguém já tenha falado que o mais importante que saber tudo ou quase tudo talvez seja ter a coragem de fazer perguntas (não confunda com o narcisista levantando a mão sem saber o porquê nem com as perguntas dos paraquedistas). Se você tem um colega, um estagiário ou um líder que prefere cultivar muito mais a curiosidade do que a certeza, mantenha-o por perto e tire o fone do ouvido enquanto estiver com ele. É este perfil que talvez pergunte “E como seria o plano B?”, “Ainda mantendo a qualidade, dava para ser menos caro, não dava?”, “É este o resultado final mesmo? Por quê?”. E é isso o que pode salvar seu projeto de retroceder etapas quando você menos tempo tiver.

E a questão é que, como estamos no meio da correria, queremos acompanhar o ritmo, tentando fazer tudo de forma acelerada e complexa, tentando trazer as decisões “de bate e pronto” e até pensar “Nossa, como sou eficiente, como minha equipe é demais” ou até “Preciso entregar isso antes dos outros porque preciso sobreviver aqui”. Pare um pouco. Às vezes você está na correria com dados e informações que você nem mesmo viu que não “batem”, que por conta de pequenos erros (que você levou como verdade, possivelmente gerados por uma IA ou por um sopro de desfoque de alguém) vão acabar trazendo a ruína ao seu projeto.
E onde está aquela pessoa que faria os questionamentos?

E se nos forçássemos a ser esta pessoa de discernimento apurado, mesmo neste ambiente de caos?

Limões que precisam virar limonada

Situação observada: O profissional, com uns meses de empresa, começa a se sentir incomodado com uma ou duas coisas, engole e deixa passar. Depois vê mais uma ou outra coisa, e comenta com um colega mais próximo. Vê mais uma coisa que o incomoda, decide conversar com seu gestor direto (que fará uma análise, se colocará no lugar para analisar novamente, observa se há equívocos de compreensão por alguma das partes, verificará a prioridade e dará um feedback). Se o feedback do gestor não resolveu seu incômodo até um certo limite de tempo ou imediatamente, este profissional atingirá seu nível máximo de frustração. Dificilmente, e dependendo das ocorrências, este profissional vai parar e analisar todo o panorama enxergando mais de longe, tentando desenhar uma solução ou saída do problema. As emoções estariam à flor da pele, e ele poderia começar a se sentir vitimizado, incompreendido e injustiçado.

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Entre toda esta explosão de emoções negativas e a tentativa de encontrar uma solução, há um gap bem delicado chamado externalização por meio da comunicação verbal, que hoje em dia é absurdamente fácil de atingir um grande número de pessoas rapidamente com a mensagem ou reação, e na mesma moeda e rapidez, receber o reflexo de um erro cometido. Então se aquele profissional, em um período extenso de fúria e rancor, usa suas emoções durante aquele gap de tempo para externalizar seus pensamentos passivo agressivos (que eu chamo de “indiretas”) de forma contínua e para todos, o seu “erro” cresce exponencialmente. Lá no futuro, caso tenha já percebido o seu erro do passado, vai ficar de cócoras no chão, fechando os olhos e chorando de arrependimento ou vergonha por pelo menos 5 horas toda vez que se lembrar do feito. E por que realmente foi considerado um “erro” o que o profissional fez? Pois a partir daquele momento, a partir do início do gap, as pessoas ao redor começam a perceber que o profissional acumula e cultiva o rancor e seu sentimento de “vítima”, e que perde energia constantemente não só enxergando apenas aquelas “pedras”, mas também as vendo em todos os lugares, enquanto que ele mesmo poderia reverter a situação e usá-la em proveito próprio.

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Se lhe derem limões, faça uma limonada.

 

O importante é aprender ainda nesta vida. Aprender não é abaixar a cabeça para algo ou alguém e seguir o que foi mandado incondicionalmente, mas se afastar, entender um lado, entender o outro e ver como tudo pode ser solucionado, de forma pacífica, de forma inteligente.

Se estes contos fossem crônicas

“Se estes contos fossem crônicas”, meu livro, acabou de entrar para venda na Amazon.

Somente na versão digital, ele está disponível neste link: https://a.co/d/iKGoWmN

Eu acabei unindo 8 contos com personagens de personalidades muito complexas para trazer um pouco de humor aos leitores. Algumas pessoas com quem já convivi serviram um pouco de inspiração para umas poucas personagens. Então se você me conhece, não acredite que você possa estar entre os contos do livro, mas talvez uma ou outra característica pode estar presente.

As situações em que as personagens se veem ou se encontram pode se assemelhar ou não às situações de muitos hoje em dia.

Quando estava escrevendo os primeiros contos (eles não estão apresentados na ordem cronológica de criação), comecei a ver que eles estavam trazendo alguma crítica sobre alguma questão. Entendi que os contos estavam caminhando muito para um lado de crônicas, portanto o título do livro.

Quem comprar, agradeço demais a confiança, que espero não perder para um próximo livro. 😀

se estes contos fossem crônicas

Se estes contos fossem crônicas

 

 

Diário – o que guardamos para nós mesmos

Meu último post foi em 2021. As causas deste gap de ausência de registros são falta de tempo, de memória sobre escrever aqui e de novos hábitos. Neste gap eu tive muitas vezes vontade de escrever várias coisas e o único obstáculo sempre foi um pensamento “você não vai deixar isso público… você pode se arrepender… vai escrever só isso? Mais fácil deixar no twitter (X)”.

Não tem jeito, qualquer coisa que registramos ou comentamos será listado um dia ou outro em uma busca.
Você confessa seus pensamentos mais doidos e profundos para alguma pessoa? Cuidado. As pessoas podem passar adiante inconscientemente.
Desde 2017, acredito, mantenho meus pensamentos em um diário, um caderno em que escrevo à caneta mesmo. Começou diário, virando algo mensal; em 2023, trouxe um único registro; e o penúltimo ficou com um janeiro de 2024.
De qualquer forma, o que mais gosto em ter estes registros é de acompanhar eventos passados e perguntas que mais tarde são respondidas… noto avanço e progresso em relação a vários momentos e várias questões pessoais, e o melhor, sem passar vergonha alheia ou correr o risco de ficar “mal na fita” com qualquer um que olhe onde você aparece na Internet.

Vai ser interessante chegar em 2027 (10 anos após o início do diário) e ler as coisas de uma década atrás.

E por enquanto, neste blog, continuo escrevendo coisas permitidas. 😀

Agência & Empresa


bannon-morrissy-RmMZUh0Q4MA-unsplash (1)Quem acaba se formando em Marketing, Comunicação/ Propaganda, acaba pensando em seguir um ou outro caminho, trabalhar em agência ou em uma empresa, ONG etc, sendo seu próprio negócio ou não. O “pensar” ou “decidir” é algo muito fácil, mas eu acho que hoje em dia, as pessoas não estão tão ingênuas assim. Acredito que todas sabem que muitas coisas ocorrem no meio do caminho, e que elas podem ou precisam mudar o rumo e seguir caminhos diversos, não só por coisas que ocorrem em suas vidas, mas no mundo também.

Diversas vezes ao longo dos anos, eu fazia, e ainda faço, um comparativo mental sobre você ser um profissional de marketing em uma empresa (que não seja de comunicação) e um profissional em uma agência de propaganda. Eu já passei pelos dois mundos e posso dizer que fui sortuda por isso.

Estes mundos são bem distintos, mas eu posso dizer que eles são fundamentais na sua trajetória para você ter a felicidade de poder compreender “o todo” deste sistema, o que facilita sua forma de entender as pessoas.

É engraçado você ser um generalista e um “especialista” ao mesmo tempo, trabalhando em uma agência ou em uma empresa, porém em coisas distintas.


Quando você trabalha em uma agência, você é um “especialista” naquela função, ou seja, você tem as pessoas da produção, da mídia, do planejamento, da redação, da revisão, da direção de arte, da finalização, da prospecção/ novos negócios, do atendimento/ gerentes de contas, RTV junto com algum estúdio, entre outros. No entanto, você é um generalista pois você vai lidar com inúmeros clientes, que representam vários mercados, de produtos/ serviços diversos, porte e tempo de vida. No mesmo dia, você para para analisar e pensar nas pessoas que visitam os shopping centers, depois em uma concessionária de carros, depois em uma rede que oferece comidas saudáveis, logo em seguida, em diferentes formas de consumir espumantes por causa de um cliente que tem este tipo de produto, vai para casa pensando nos lugares mais bonitos para onde os clientes do seu cliente podem viajar, entre outros.

E se você refletir, isso é algo muito bom. Não são todos que têm o privilégio de poder conhecer e se envolver em tantos mercados diferentes ao mesmo tempo. É muita coisa muito diferente para aprender. E é necessário que você nem enxergue isso como pressão, mas que você tenha aquele prazer natural de abrir absurdamente seus horizontes para poder dar o seu melhor. 

Por outro lado, você é um “especialista” na empresa, pois você precisa e busca ter conhecimento sobre aqueles produtos, aqueles serviços, aquela empresa, sobre aquele mercado. E você é o generalista pois, em muitos casos, você vai unir todas aquelas funções de todas aquelas pessoas da agência em você mesmo e em algumas outras pessoas. E, por mais que você conte com uma agência contratada, você jamais deveria “largar as coisas nas mãos deles” sem ter o conhecimento de como é todo o processo lá dentro. Como já disse, eles não têm só você no mundo deles, uma ou outra coisa se perde, não é de propósito, mas pode acontecer, e pode ser por culpa sua também de não ter passado informações e dados o suficiente para que a agência pudesse ter melhor compreensão sobre a empresa, o produto ou algo específico.

Vou exemplificar em uma das tarefas muito importantes do dia a dia, seja em empresa ou agência, que é uma parte do processo de configuração de campanha em Google Ads. Na empresa, você conhece bem o produto ou o objeto da campanha, e inicia a sua lista de keywords para colocar no keyword planner e sentir a temperatura de como elas possivelmente se comportariam nos resultados de buscas. Só nesta parte do processo, vou te dizer que a pessoa da empresa tem uma vantagem enorme sobre a pessoa de mídia da agência (que provavelmente vai ficar encarregada desta tarefa). Não creio que precisarei explicar o porquê, mas explicando… o conhecimento e até mesmo o feeling sobre o que os clientes/ consumidores daquele produto pensam estão muito mais próximos do profissional da empresa do que do da agência.

Há muitas outras coisas que poderia exemplificar, pendendo a balança para um lado ou para o outro, mas o que eu quis passar aqui é que se você tiver a oportunidade de passar por estes dois mundos, agarre-a, mesmo que você precise colocar algumas coisas de lado ou postergar. Eu acredito que vale a pena pois a experiência e a compreensão que você acaba tendo deste mundo são fantásticas.