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As caixas geracionais não nos definem

Eu nunca fui muito a favor destas separações por gerações (Baby boomers, X, Y, Z, Alpha). Eu acredito que cada pessoa é um produto da união da criação em casa, das conversas nos grupos de amigos, dos estímulos sensoriais e culturais do ambiente em que vive, da condição financeira familiar, de possíveis traumas e doenças ao longo da vida, mas principalmente, da conclusão que ela tira sobre todos estes fatores unidos e o que ela vai fazer com isso.

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Você, que está classificando e rotulando essas pessoas em gerações diversas, está levando em conta apenas aquelas que mais se aproximam do que hoje está sendo considerado como os “normais” ou a “média”. Compare o possível dia a dia e a forma de pensar de 5 garotas, em seus 20 e poucos anos: uma vive no Afeganistão sob o regime do Talibã, outra vive em plena miséria no Congo, uma terceira é indígena no meio da floresta amazônica, a quarta é brasileira/ paulistana da classe média, e a quinta é uma alemã cadeirante da classe média alta. Elas são iguais? Não. Elas têm valores diferentes? Possivelmente sim… ou não. Elas mostrariam lealdade e proatividade se trabalhassem em um escritório próximo ao lugar onde vivem? Não dá para saber. Haveria alguma chance delas pedirem afastamento por burnout após meses de trabalho em uma empresa? Também não dá para saber. Todas já sofreram algum tipo de abuso psicológico em ambiente familiar? Não é possível garantir. Elas têm o mesmo sonho ou ambição? Não é possível saber.

Cada pessoa é única.

Imagine 3 homens que trabalham em uma mesma empresa e no mesmo departamento. Um está na casa dos vinte anos; outro tem trinta e poucos; e o outro, no início dos seus 40 anos.

Qual deles parece ter a maior chance de abaixar a cabeça e engolir tudo a seco? Qual deles possivelmente apresenta nível máximo de arrogância e de falsa segurança? E qual deles pede as contas por burnout?

Já presenciei tal cenário em uma das minhas experiências profissionais e o resultado foi bem diferente do que acredito que você ou outras pessoas tenham tentado adivinhar.

Também não é pela idade que podemos categorizar o modo de pensar das pessoas, porque, novamente, cada pessoa é única.

Eu entendo que devido à tamanha diversidade nas características individuais das pessoas no mundo, fica inviável estudar, analisar padrões e progredir no desenvolvimento das ciências e em suas aplicações, como no comércio, no Marketing, na Medicina, na Arquitetura, entre outros, porém eu digo que é problemática a classificação pela idade às diferentes características e formas de pensar de cada indivíduo.