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Uma questão de disciplina

“Gente, estamos numa agência de propaganda. Que regras são essas?” – Foi o que mais ouvi nos anos de trampo em agências. Obviamente tudo em salas de reuniões onde alguma discussão do ambiente de trabalho era colocada na mesa… e provavelmente, sem a presença dos diretores.

Sim, você também já ouviu ou provavelmente também já disse isso.

Várias foram as reclamações ou críticas em relação ao que tais ambientes permitiam ou não. Oras, estes funcionários, homens e mulheres, geralmente abaixo dos 30 anos de idade não se conformavam como tais liberdades não eram possíveis dentro de agências de propaganda, lugares em que a criatividade e o “fazer o diferente” eram alguns dos elementos da base do negócio.

Temos uma crise quando há o desencontro de 3 pontos:

Ponto 1: A agência é uma empresa como várias outras que existem pois precisa investir pesado para conseguir gerar capital, gerar receita, precisa dar conta de custos e despesas. Seu investimento em pessoas e recursos precisa ser bom pois a agência vende serviço e este é pensado e criado pelas mentes ali presentes. A agência tem que fazer com que seus clientes obtenham lucro por terem acreditado e confiado em seu serviço. O seu lucro vem de toda uma boa administração de vários fatores como esses citados.

Ponto 2: A criatividade e a oferta de algo diferente e eficiente não virão de um sistema de formigas operárias. Estes elementos vêm do conjunto do repertório de cada pessoa, do poder de associação de ideias, de muita observação, pesquisa, análise, da troca de informações, seja em reuniões ou brainstorms internos e de conversas com os clientes e os consumidores. Estes mesmos elementos também vêm de inspiração e de experiências diferentes no dia a dia que passam para o tal repertório.

Ponto 3: A tal máquina pensante, que é o funcionário/colaborador, é capaz das coisas mais inimagináveis e incríveis neste mundo porque ele pode ser imprevisível a qualquer momento… para o bem ou para o mal. É dele que virá o sucesso, o fracasso ou a estagnação dos negócios da agência. Esta pessoa quer ser feliz, e independente do que seja o significado de felicidade para cada um, ela, por estar dentro de uma empresa, tem direitos e deveres dentro desta, assim como ela também tem outros direitos e deveres em sua vida não-profissional.

Exatamente! O desequilíbrio destes 3 pontos começa a trazer lenha para uma possível fogueira bem difícil de ser apagada.

Para facilitar o que quero expressar, vou citar abaixo algumas opiniões/críticas e então meu ponto de vista:

– “Aqui é uma agência! Todos deveriam chegar qualquer hora ou que pelo menos não precisasse chegar tal horário”.

Se o combinado na entrevista final e no contrato foi que você deveria entrar tal horário, então você DEVE entrar neste tal horário. Se você mora longe ou até em outro planeta, você precisa respeitar esta regra que você aceitou.

Trabalhei com uma garota que sabia que tinha que chegar às 9h, creio que com algumas semanas de trabalho, ela começou a chegar 9h30, 10h… Foi chamada, recebeu advertência e continuou a chegar muito tarde. Desculpas como morar longe e que na agência anterior as pessoas podiam chegar em outros horários eram suas justificativas. Nope, nope, nope, querida!

Claro que existem diversas agências que oferecem tal liberdade na flexibilidade em relação aos horários, aí tudo bem, mas se este não é o caso, é melhor você respeitar as regras.

– “Parece que eles ficam contando quantos minutos fico tomando café! Que absurdo!”

Pois é, fumar seu cigarrinho, tomar seu cafezinho, dar aquele break durante o dia de trabalho, eu acho necessário. Dar aquela respirada, aquela espairada faz muito bem. E nesses momentos você acaba conhecendo pessoas que mal encontra dentro da agência e trocando informações que até podem gerar ideias ou ajudá-lo em algo. Mas olha só, se você realmente só vai fazer seu break diário, vale a pena não forçar a barra indo toda hora ou fazendo um horário de “segundo almoço”.

No entanto, há situações um pouco diferentes como fazer sua mini-reunião ou um brainstorm dentro da copa ou num jardinzinho, tomando um café ou fumando um cigarro. Oras, você está produzindo, trabalhando, mas algumas pessoas (geralmente aquelas que estão “de olho”) não estão cientes de que aquilo é trabalho. Nesta situação eu acho que a “pessoa que tudo vê” precisa saber e se lembrar que está dentro de uma agência de propaganda/comunicação e que existe tal possibilidade.

Vale também lembrar que não é porque a pessoa está sentada em seu lugar na mesa que ela está produzindo.

– “Meu, esse pessoal (diretor, sócios, etc) age como se aqui fosse um escritório de contabilidade”

Aqui vale perder um tempo ouvindo exatamente o que vem depois disso, pois dependendo do que vier, não se esqueça que você topou trabalhar neste lugar sob x regras.

Procure outro lugar que tenha as regras com as quais você se identifica.

Se os argumentos forem construtivos para o desenvolvimento e melhor desempenho da agência, vale a pena levá-los a outros departamentos e à diretoria para uma discussão.

– “Não me deixam acessar o Facebook. Como pode?”

Ih, já estive em várias discussões como esta. Defendo a ideia de que o acesso total à web precisa estar liberado a todos os funcionários da agência. Se notam que o funcionário está usando mídias sociais, pesquisas na web, entre outros apenas por lazer, chegando a atrapalhar o ritmo de trabalho, o problema não é da mídia social, não é da liberação desta para todos os funcionários, mas de conduta do funcionário. Cabe ao RH e supervisores/diretoria tratar o assunto o mais rápido possível.

Existem várias outras situações, mas creio que estas foram as mais comuns que ouvi.

O que todas as pessoas que trabalham nestas agências, independente do cargo, deveriam levar em consideração é o bom senso e o debate inteligente sobre mudanças e melhoria contínua do geral. Não vejo necessidade em ser totalmente 8 ou 80, até porque não seria saudável para qualquer empresa.

Quais críticas você já teve ou tem em relação ao comportamento ou disciplina dentro de uma agência de propaganda?

“Gente, reviraram minha gaveta!”

Scroll down for the English version:

Você já deve ter disputado algumas vagas de emprego em sua vida. Com certeza, avaliaram sua experiência profissional, escolaridade, referências, viagens, habilidades, conversou com gestores ou diretores uma, duas, três vezes, mas ainda ficaram na dúvida entre você e outro forte candidato. Pode não ser um fator de desempate, mas o que custa para o entrevistador procurar mais detalhes seus pelas redes sociais na Internet? Nada.

Nesta hora, não o culpe, ele não é um Sherlock Holmes, muito menos o Demônio das Sombras, da Caverna do Dragão. As informações estão lá expostas e qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo poderá ver.

Provavelmente, você já deve ter colocado no currículo o link do Linked In e/ou sua identidade no Twitter (caso tenha um ou outro), link do portfolio carbonmade, no Flickr, etc. E aquelas informaçõezinhas extras?

Ah, as benditas comunidades. E você nem se lembrava que estava há muito tempo naquela comunidade do “Tomo umas antes do trampo”, “Baixo Lost quando meu chefe não está”. Pode parecer engraçado, sem intenções ou até mesmo falsas, mas às vezes, esses detalhes podem ser vistos por um ângulo diferente pelo entrevistador, gestor da área, etc.

Dependendo do ambiente em que você estiver interessado em ingressar, muito do que você diz na Internet, pode ser levado pelo lado positivo ou negativo. Um ambiente de agência de propaganda pode ser diferente do de um banco, o de uma instituição tradicional de ensino diverge de uma produtora de TV para jovens alternativos. Então segue aquele bom senso não só da Internet, mas da vida mesmo.

E acredite, a indexação de informações na Internet está tão rápida, principalmente pelo Google, que logo após publicarmos qualquer texto em um blog, o alerta do próprio, que você havia configurado anteriormente, já trouxe tal informação pouquíssimos minutos depois. Por isso não devemos subestimar a importância dada às nossas palavras, mesmo nos menores e mais discretos blogs e “becos” da Internet.

“Então devo ser o senhor exemplo nas redes sociais?”
“Por que já não me retiro de todos os lugares onde estou inscrito?”

Você não vai deixar de ser você mesmo, é óbvio. Seja transparente, coloque o que achar pertinente no momento certo, dê sua opinião real, mas lembre-se de que tanto na Internet quanto na vida, toda ação tem uma reação.

E você não precisa sair das redes em que está inscrito, afinal não só mostra que você está de certa forma presente e ativo digitalmente, mas também muitas oportunidades surgem de onde você menos espera. Pode acreditar!

English version:

“OMG, they tracked me down!”

You might’ve applied for some jobs in your life, right? Obviously, they analyzed your work experience, academic background, references, trips, habilities… and then you talked to HR people, managers, directors, maybe more then once or twice… and you found yourself in a situation where they were kinda divided between you and another candidate. Probably, it’s not a very important thing but what are the chances of them skimming social media tools to take a deeper look at you? Yes, way possible!

By this time, don’t blame the HR guy, he doesn’t intend to be a Sherlock Holmes. Face it, your data is out there, exposed to anyone in the whole world.

Probably, you sent in your resumé those links for your Linked In profile, Twitter ID or a Carbonmade and Flickr images of your artistic portfolio. How about those little extra data?

Oh yeah, those god damned Facebook pages and groups. And you couldn’t even remember you were a member of “Beer before work”, “I download Lost chapters when my boss is not around”. Sounds funny, unintentional or no longer true, but sometimes, those little details can be seen in a different way by the HR guy.

Well, of course it all depends on the work environment you belong to. Some things might be considered OK by a fresh and cool ad agency but it won’t be the same through the eyes of a very formal and trustworthy bank, for example. My dear, the smallest thing you should consider is to be sensible, not only on the Internet, but also in your daily life.

And trust me, words indexation on the Internet got way too fast, especially by Google engines. Right after posting something on your blog, BINGO! Few minutes later you get the Google alert noticing your name or nickname as the publisher of that post. So, that’s why we shouldn’t underestimate the importance given to our words, even in the simplest and smallest blogs or hidden alleys of the web.

“So, you’re saying I must be Mr. Perfect on the web and social media websites?”
“Why don’t I just delete my accounts?”

Of course, you don’t need to become someone you’re not. But you can be transparent, type what you think it’s pertinent on its right time, give your real opinions, but just remember that for every action, there’s a reaction.

And you don’t have to delete your accounts on social media websites, besides it not only shows you’re a connected and informed person, but many opportunities can come up through them. Trust me!