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Kindle – a vantagem e o problema

KindleEm algum momento deste ano, adquiri um Kindle. Era algo que estava tentada a comprar há muitos anos. Só não comprei porque não era prioridade e não queria ficar gastando à toa. Não que agora eu tenha dinheiro para ficar gastando à toa… nem tenho dinheiro para gastar.

Eu já tinha o aplicativo Kindle no celular e por lá, eu conseguia ler os livros que compra na Amazon. Só que ler o livro inteeeeiro no celular é algo penoso. Já leu quadrinhos da Turma da Mônica no celular? É incômodo.

Pois bem, o Kindle havia chegado. “Loguei” com minha conta e comecei a ver meus livros por lá.
É muito mais agradável ler seus livros no Kindle. A tela é maior que a mesma de um celular, há recursos interessantes para ver a sua estante, pesquisar palavras no dicionário, grifar partes e compartilhá-las nas mídias sociais ou por e-mail, ver o tempo até o término do capítulo, sugestões do que ler, ver os títulos que seus amigos do Goodreads estão lendo, entre outras coisas legais.

Meu drama foi que minha vida Amazon começou com uma conta na Amazon.com. O esquema .br só veio muitos anos depois, e que também acabei criando ou associado a conta com esta. O engraçado foi que comprei o Kindle na Amazon.com.br e configurei com a minha conta Amazon.com. Super leiga ou não, vi algum livro interessante em português na Amazon.com.br e quis comprar para ler no Kindle, só que não era possível. E então mudava a conta para .br na própria loja da Amazon, mas ele não permitia ler no Kindle. Acionei o suporte via chat na Amazon.com (pois o .br só permite suporte via telefone… e eu odeio suporte via telefone). Ok, o suporte via chat da Amazon.com é incrível. As pessoas do suporte são muito bem treinadas, conhecem muito bem as gambis e parecem compreender todas as situações possíveis e impossíveis. Só que para eu explicar todo aquele rolo para uma pessoa que havia me atendido, foi bem chatinho pois eu não queria confundir a cabeça dela, tentando ser a mais objetiva e clara possível sem perder qualquer detalhe precioso.
E realmente, no celular, um tempo atrás, eu já tinha lido livros em português e em inglês comprados na Amazon.com.br e Amazon.com, respectivamente. E li os livros tranquilamente. Só que no Kindle, você tem que alterar a configuração do dispositivo, e quem faz esta configuração (senão você no primeiro dia) é a galera de suporte. Entendeu a trabalheira? Entendo também que seja este mesmo trampo para quem configurou como brazuca e quer comprar ebooks na versão americana.
Não desmereço a mulher do suporte que falou comigo por último, mas seguir toda aquela bíblia que ela me passou para conseguir fazer todo este esquema, brochei e fico lendo em inglês mesmo no Kindle.

Marina e o EasyTaxi

Quem me conhece sabe que eu não sou de pegar táxi, prefiro muito mais dirigir do que torrar grana indo e vindo dos lugares. Mas tem certos momentos que você sabe que vai se render ao álcool social, então nada mais correto que deixar o carro em casa.

Daí que ontem, usei pela segunda e terceira vez o app EasyTaxi. O app não é novidade, todos conhecemos e acho que até já acabou aquela promoção deles de ganhar uma bebida em alguns bares, bastando chamar um táxi. Ok, aí o carinha lá chegou pontualmente, entrei no táxi, disse boa noite, falei pra onde queria ir e fiquei calada (não que eu não goste de tirar informações do taxista com umas conversas, mas o taxista anterior tinha me pego pra Cristo, reclamando da vida, etc… que eu prometi que no próximo táxi, eu ia entrar e sair calada). Então, ontem foi feriado de Corpus Christi, vias super livres em São Paulo, e quando estávamos em locais que a velocidade máxima era 60 km/h, sem brincadeira, o cara estava a 75. Quando estávamos em locais com máxima de 70 km/h, o cara devia estar a 85. Foi o máximo! É como desafiar os radares da cidade com aquele sorriso!

Na volta, também usei o app para chamar um táxi. Veio o tiozinho lá, mesmo esquema: boa noite, destino, vamos. Pegar a 23 de maio a 90km/h, vendo os carros ficarem pra trás foi algo sensacional. Peguei o celu, ativei o Waze. Waze é o app crowdsource de GPS, e como todo GPS, o ponto que é o seu carro, fica parado no mesmo lugar na tela, fazendo o mapa se adequar ao rumo que você está tomando. MAS ONTEM FOI DIFERENTE! O cara tava correndo tanto que o ponto do carro na tela não resistiu e começou a se mexer no mapa. AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH! O mapa não dava conta! Se eu ingeri álcool? Sim. Mas não tanto a ponto de ver coisas. Aquilo realmente aconteceu. XD

Ah, uma coisa que o último taxista também havia comentado é que seria melhor usar o outro app, o 99Taxis. Diz o cara que este aciona o taxista que estiver mais próximo do seu local, já o EasyTaxi, busca num certo limite e vai o taxista que acionar primeiro. Bom, ta aí para vocês usarem o que for melhor.

A maioria está pronta para as novas opções?

NFC (Near Field Communication), a explicação mais simples é o sistema que permite a transferência de dados entre dispositivos que o possuam habilitados. A simples transferência pode ser feita via wi-fi ou bluetooth? Com certeza, mas com o NFC a diferença fica por conta de não necessitar de acesso da Internet, e ele também precisaria estar praticamente a no máximo 10 cm do outro dispositivo, além de ser bem rápido o envio e recepção de dados, menos de 1 segundo.

E também é preciso não misturar as bolas, QR Code é outra coisa (que você com certeza já assistu no YouTube aquele vídeo da Tesco nas estações de metrô da Coreia do Sul). Ah sim, e quanto ao RFID? O NFC é basicamente uma forma de RFID, só que este último permite uma leitura e recepção de distâncias maiores que as do NFC, além de também só ler, ele só recebe os dados.

O que descrevi aqui não se trata de algo novo, mas só recentemente as operadoras de cartão de crédito lançaram ou começaram a testar aqui na América Latina, o NFC para o simples comércio. Parece que também testaram no sistema de transporte público do litoral ou algo assim, mas apenas para controle de quantidade de passageiros. Veja aqui um exemplo de como uma empresa criou um aplicativo e sistema para instalar nos supermercados franceses do Grupo Casino.

Pesquisei e li diversos artigos e notícias sobre a questão de segurança do NFC, e os argumentos foram tão empatados como na divisão de opiniões sobre o comercial do Classe A ao som do “Lelek lek lek”. A questão começa pelo uso do celular para que você se dirija ao ponto de venda, nem sequer tendo sua carteira com você. O uso do celular para ações comerciais aqui no Brasil, seja uma simples compra de um app no Google Play ou então de uma transferência via app do banco, ainda esbarra muito na questão da desconfiança. As pessoas não sabem se pode ser algo seguro fazer isso via celular, se seu antivírus vai realmente cumprir seu papel em momentos como esse, ou até mesmo o que pode acontecer caso seu dispositivo seja roubado.

De qualquer forma, lá está você na mesma situação que assistiu no vídeo. Posicionando seu celular nas tags dos produtos, fazendo suas opções, recebendo ofertas e em seguida, passando no “caixa”, seu registro do cartão com a bandeira Visa ou Mastercard foi ativado para conclusão da compra. É neste momento que começam as divisões de opiniões sobre a segurança de seus dados.

Algumas fontes explicam que existe a possibilidade de ter a entrada de terceiros no meio desta comunicação, que podem receber seus dados e alterá-los. Outros dizem que ao deixar habilitado o NFC em seu celular, qualquer pessoa pode se aproximar e captar seus dados. Mas também existem aqueles que batem no argumento de que tudo isso é mito e que há muitas etapas e até o próprio ok codificado do dono do celular e da conta no processo.

Eu acredito que, independente da tecnologia adotada, sempre haverá uma pequena brecha para tudo. O mau uso e más intenções não são efeitos da tecnologia, mas de vários outros aspectos da sociedade e do ser humano.

Aponte seu dedo pra lá

“Que coisa mais chata esse pessoal que só tira fotos de comida”, “o Instagram deles só tem fotos dos pratos que eles vão comer”…
Aahahah, pare de seguir ou simplesmente ignore.

Eu não entendo essas pessoas que vivem reclamando de amigos ou conhecidos que costumam tirar fotos dos pratos que estão prontos a serem devorados ou então de pratos que mereceram a atenção do consumidor por algum motivo. Eu tenho certeza que estas pessoas que tiram e publicam tais fotos não ficam fazendo isso toda hora a ponto de irritar os outros, nem mesmo Jamie Oliver faz isso toda hora, basta checar seu Instagram, e olha que ele vive disso, hein! O mesmo para a conta do Alex Atala, você já viu?

Vamos jogar um exemplo para a vida off-line? Você não aguenta mais aquela sua amiga ou colega que só fala do sobrinho, ou do cachorro do marido (leia e entenda como quiser), ou simplesmente, do trabalho. É chato escutar isso tooooda hora que você conversa com essa pessoa? Depende, se você passa um certo tempo do dia ou tem uma boa frequência de encontro com esta pessoa, realmente, isso enche. Mas aí entra seu livre arbítrio com o poder de se afastar desta pessoa gradativamente, ou então você pode começar a interagir com ela perguntando “você gosta tanto do seu sobrinho, já cogitou de também ter um filho? Por que não? Ter um tempo antes? Aaaah, então você não gosta de criança…”. Entendeu? Você pode dar uma de louca para a pessoa sair um pouco daquele campo autista.

Existe a grande chance de você ser considerada chata e a “do contra” por essas pessoas se você for com essas abordagens, mas obviamente você vai pensar em algo melhor na hora.

Voltando à vida on-line, que praticidade maior é aquela função de não receber mais as atualizações de algumas pessoas no seu Facebook? E você continua amiga delas. No Twitter, no Instagram, no YouTube, é só parar de seguir, de acompanhar, sempre há outras centenas que preencherão seu lugar.

E vocês aí falando de etiqueta nas redes sociais, mas atirando pedras em pessoas com hábitos tão “problemáticos” como os seus. Tsc, tsc.

A mistura básica

Não sei a idade de vocês, mas um tempo atrás, usar o verbo “curtir” já era um pouquinho estranho, ultrapassado, a não ser que o propósito fosse a mãe explicar para a tia alguma receita de conserva, picles, essas coisas. Veio o Facebook com o Like, e o “curtir” voltou em nossas conversas informais do dia a dia.

Para as marcas, o curtir em suas fanpages e posts é muito bom, check-ins e follows em outras redes, idem, mas trazer esta experiência para o mundo real é melhor ainda, tanto para elas mesmas quanto para os consumidores.

Um exemplo legal foi o que algumas montadoras levaram para os salões do automóvel em todo o mundo em 2011 e 2012. Os visitantes podiam visitar os diversos stands das montadoras para conferir os belíssimos automóveis, tendo gostado de algum modelo específico, eles poderiam ir a um totem na própria stand, e, através de um cartão RFID, eles permitiriam a postagem em sua timeline do modelo que gostaram e compartilharam a experiência. O que é ótimo para a marca, principalmente quando estamos falando de lançamento de produtos.

Geolocalização e produção de códigos específicos em materiais do dia a dia são elementos para bons exemplos do que podemos ter como experiências na mistura dos mundos virtuais e reais, sendo possível há algum tempo. Talvez uma boa explicação seja aplicativos que você pode baixar em seu dispositivo móvel que por geolocalização (associado a um Foursquare, por exemplo) e o auxílio de sua câmera, você poderá apontar para algumas direções, por exemplo, numa rua comercial e pela tela, você poderá ver os diversos restaurantes já cadastrados no Foursquare, e clicando nos ícones, também poderá ver as ofertas, telefone, detalhes, opiniões de outros clientes. Claro que a maior intenção das marcas é que você divulgue sua boa experiência ou sua aprovação por ela, então você sempre terá os botões para curtir, compartilhar, tuitar… e assim o ciclo continua.

Eu sinceramente não acredito que precisamos ainda buscar a interação do mundo virtual com o real, porque ele já acontece, das formas mais simples que você possa imaginar, um tweet pode ser irrelevante, mas ele pode ter um efeito avassalador como fazer uma pessoa não ser considerada para a entrevista final de uma vaga em uma grande empresa ou então, por que não, iniciar um belo relacionamento amoroso. Tudo muito parecido com um efeito borboleta.

Qual é o seu drama com e-books?

Respire antes de começar a digitar alguma crítica. Quando alguém fala para você que gosta ou está gostando de ler livros em dispositivos móveis, ela não está falando “Olha, eu odeio ler livros impressos”. Desculpem-me, mas foi a reação unânime dos que abriram a boca ou teclaram ao meu redor quando eu disse que estava lendo mais e-books.

Não tenho o Kindle, mas você pode ter de graça o app do Amazon Kindle em seu celular, tablet ou no próprio desktop. Mas também não há necessidade de ser o Kindle, tem muitos e-readers que já vêm nos dispositivos móveis ou à venda no Google Play. Agora para os que tanto queriam ler em Português, está aí a chance de comprar os livros na Amazon.com.br e no próprio Google Play.

Não é tão difícil se acostumar à leitura de obras inteiras em seu dispositivo móvel. Já li vários livros pelo próprio celular. Pois é, depende com qual dispositivo você passa mais tempo, ou se você pega muito trânsito, filas, salas de espera… tudo depende do seu ritmo no dia-a-dia.

Adoro livros impressos, mas afirmo aqui que tem dois ao lado da minha cama que estão com a leitura na metade desde… não lembro quando. Já os que estão no celular, tem alguns que estou relendo!

E nada mais fácil que adquirir os livros e tê-los instantaneamente quando você quer ler alguns. Já fui salva em viagens quando havia esquecido de levar algum na mala.

Super baratos e indiscutivelmente práticos, não há motivos para ser contra o consumo de e-books. E novamente, não estou dizendo que odeio livros impressos.

Aplicativos

Para diversão, para ser útil ou ambos? Hoje eu vejo, escuto e falo com diversas pessoas que têm uma, esta ou outra opinião sobre a finalidade de um aplicativo a ser planejado, criado e desenvolvido.

Podemos começar com uma pergunta simples: “Quantos e quais aplicativos você tem em seu celular e em seu desktop?”.

Há quem diga que os aplicativos são muito mais utilizados quando eles servem como utilitários, são úteis para algo em seu dia-a-dia ou em situações específicas. Mas há quem prefira dizer que os aplicativos servem para divertir e matar seu tempo quando você está em alguma sala de espera, parado no metrô ou no trânsito.

É aquela história do aplicativo time killer e time saver. Ele é um passatempo ou algo útil?

O aplicativo pode ser time killer e saver ao mesmo tempo? Com certeza, mas acredito que dificilmente a mente de uma pessoa estará voltada em um exato momento para uma ou outra função na hora em que abriu o aplicativo.

Quanto tempo eles duram em seu celular, por exemplo? No meu caso, tratando-se de games, 1 ou 2 semanas no máximo! Se for utilitário (e muito eficiente mesmo) dificilmente sai ou fica lá sendo acessado todos os dias ou frequentemente.

Conheço pessoas também que têm 60, 70 aplicativos instalados em seus smartphones, mas simplesmente porque ficaram por lá observando uns 7 ou 8 sendo utilizados intensamente… 3 ou 4 utilitários e uns 4 jogos.

E é incrível o número de aplicativos novos pagos ou gratuitos que surgem todos os dias. Você também tem aquela impressão que o aplicativo está se transformando em um tipo de commodity?

Você vai lá baixa em seu celular, usa (ou nem usa), desinstala, pega outro, baixa por 3 dólares, usa, desinstala…

A experiência rápida virtual ficou banal e algo que talvez poderíamos chamar de one-minute-experience é o que provavelmente faria mais parte do nosso consumo de aplicativos no dia-a-dia.

Seja você um desenvolvedor ou usuário, o que seria necessário para aumentar este tempo de experiência com o aplicativo? Ele teria que ser orientado a tarefas ou a diversão?

Este post também pode ser lido no Quick Drops.

Pressão no desenho

Mais um vício para momentos mais relax… ou não do seu dia. DrawSomething.
Eu não me lembro quando baixei este app no meu celular, mas ele certamente é um dos mais usados no aparelho.
Para quem não conhece, a explicação mais sucinta seria a de um “Imagem & Ação” (sem ação ou mímica, vamos dizer assim) com seus contatos do FB, obviamente com aqueles que também estão com o app baixado. Não tem tempo, nem objetivo de chegar a um ponto como se fosse uma corrida, mas as recompensas por desenhar, acertar e fazer com que o outro também acerte são moedinhas virtuais que você pode trocar por mais cores para usar durante o desenho, ou mais artifícios para conseguir adivinhar os desenhos.

E é engraçado ficar reparando como as pessoas desenham ou tentam adivinhar pois de certa forma, acaba mostrando um pouco sobre elas mesmas. Por exemplo, tive um professor na Panamericana, que além de um excelente desenhista, também é ótimo como ilustrador… então já viu, né? Só interpretação top dos desenhos. Assim como você também tem alguns amigos que desenham uma circunferência e uma reta, e de alguma forma, você precisa entender que eles quiseram desenhar um cometa.

Provavelmente a empresa criadora do aplicativo, a OMGPOP, nem sequer esperava tamanho sucesso. 50 dias após o lançamento, 50 milhões de pessoas já tinham feito o download do DrawSomething em seus dispositivos móveis. Foi aí que veio a bonitona e faminta Zynga pra querer abocanhar a OMGPOP e o DrawSomething, tudo isso ainda em março deste ano… valor, 180 milhões de dólares.
Bomba: o aplicativo começou a perder usuários… de enxurrada, e as ações da Zynga começaram a cair bastante no mercado.
Historinha bem rápida, mas verídica.

De qualquer forma, muita gente ainda gosta bastante deste aplicativo, e falando francamente, prefiro bem mais que Angry Birds.

Este artigo também pode ser encontrado no Portal Making Of (25/05/2012)
http://www.revistamakingof.com.br/17,49844-press%C3%A3o-no-desenho.htm

Pedrinho, o que você está compartilhando aí?

Crianças na internet e redes sociais na Internet. Dois elementos delicados para discutirmos separadamente ou conjuntamente.

Diferentemente do que ocorre no dia a dia das empresas que estão cada vez mais se interessando em tentar atingir o maior público possível ou então não estar ausente de forma alguma nas redes sociais, com as famílias com crianças ocorre o oposto, há uma preocupação dos pais e responsáveis em saber como seus filhos em idade infantil estão se comportando na Internet, e principalmente, nas redes sociais.

Você talvez já deva estar pensando de forma negativa, lembrando-se apenas de redes muito populares como Orkut e Facebook, que até possuem regras restritas em relação à faixa etária para cadastro (claramente ignoradas por milhares de internautas mirins). Mas o mundo das redes sociais é muito mais que isso. Hoje temos várias redes sociais criadas através de sites educativos e próprios para o desenvolvimento, aprendizado e interação de pais e crianças. Obviamente, elas geralmente são internas aos sites e portais, e um pouco menos divulgadas. Mas ainda uma forma saudável de desenvolver este contato entre as crianças e o aprendizado compartilhado.

Mas elas também querem ter um breve momento de lazer nas redes sociais, e de preferência, onde alguns de seus amiguinhos também estejam. O drama ainda não é esse, mas a preocupação surge quando chegamos em “o que seus filhos estão inserindo como conteúdo nestas redes sociais?”. São piadinhas, quadrinhos, animações infantis, fotos do cachorrinho, pequenas discussões sobre joguinhos? O que você permite que ela compartilhe ou deixe exposto?

O segredo está em manter o diálogo e regras muito bem definidas com seus filhos em relação ao que eles podem colocar ou não nas redes sociais na Internet. Se você não quer que a família fique exposta de uma ou de outra forma, alerte-a sobre isso. Mantenha a criança consciente de que deixar dados importantes expostos (endereço, telefone, etc) não é uma possibilidade. Até mesmo aquele comentário simples, mas que pode ser explorado de forma perigosa, por exemplo “Tio Manoel, sentiremos saudades suas por muito tempo. Boa sorte com seu novo trabalho na Austrália. Peninha q sua casa ficará vazia por tanto tempo”.

Na minha opinião, o mal não veio com as redes sociais, nem com jornais, celulares, etc, e como vocês já sabem, o fator humano sempre será o responsável. E enquanto as coisas não ficam perfeitas, passe mais tempo com seus filhos, incluindo nas redes sociais, se possível.

Marina Mizioka

Este texto foi publicado no Jornal da Tarde (13/02/2012 – pág. 2), sob o título “Cuidado com as redes sociais”

Possibilidades

Há uns 25 ou 26 anos atrás, lembro que li na escola um livrinho que contava a história de uma família que comprou uma TV especial. O aparelho exibia normalmente o conteúdo dos canais, mas era especial porque, nos intervalos comerciais, a família notou que podia interagir com o conteúdo. Eles podiam obter (sem precisar comprar, pelo que me lembre) os produtos apresentados nos comerciais, ou seja, podiam pegar diretamente da tela para sua sala.

Era uma época de imaginar como seria o futuro, das possibilidades que pareciam estar muito distantes. Época que acabei assistindo ao filme “Poltergeist” (num mesmo esquema interativo com a TV, só que de uma forma macabra) e tempos em que também vivia assistindo aos “Jetsons”.

O tempo passou e, hoje, tudo aquilo que imaginávamos ficou banal, se não ultrapassado. Está certo que ainda dirigimos sobre o chão, e que não conseguimos pegar uma pizza quentinha direto da tela da TV num comercial da Pizza Hut, mas o segredo foi o progresso feito em interatividade através de dispositivos tradicionais.

E eu fico feliz em ver que dispositivos novos surgem, são pensados, desenvolvidos, produzidos e chegam em nossas mãos, mas fico mais contente ainda em ver que não precisamos abandonar ao todo aqueles tradicionais que sempre tivemos em casa.

Creio que estamos vivendo uma época em que praticamente tudo o que pensamos é possível de ser materializado. Sim, com maior ou menor custo, maior ou menor tempo de materializá-lo, mas possível. O que esperar na publicidade do futuro? E os meios e os veículos de comunicação? O que nos aguarda em relação às possibilidades? Ou melhor, nosso psicológico chegará a um nível tão elevado de notar mudanças que ele mesmo se auto-anulará e ficará insensitivo? Não sei, mas se o impossível está ficando para trás, continuaremos alimentando essa nossa fome de concretizar sonhos e possibilidades, e da ficção virar uma realidade comum a todos.